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segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Ponte sobre o Rio Negro é inaugurada em Manaus

Com 3,6 km de extensão, ponte tem dois trechos convencionais nas margens do rio e dois estaiados no centro, além de estacas com até 100 m



Foi inaugurada hoje (24) a ponte Manaus-Iranduba, que passa sobre o Rio Negro, no Amazonas, como comemoração do aniversário da capital amazonense. Até a construção da ponte, a ligação entre Manaus e Iranduba era feita através de balsas, que levavam cerca de 40 minutos para atravessar o rio. Com a ponte, o tempo de travessia cai para cinco minutos, facilitando o escoamento da produção agrícola.

Divulgação: Gerdau

A obra foi realizada pela Camargo Corrêa e durou três anos e 10 meses. Com 3,6 km de extensão, a construção custou aproximadamente R$ 1,099 bilhão. O valor incluiu também obras complementares, como a execução de 7,4 km de acessos viários e sistemas de proteção dos pilares contra choque de embarcações, de sinalização náutica e de iluminação da ponte e dos acessos.
Para a construção do trecho estaiado foram içadas 52 aduelas no vão central da ponte. Cada uma das aduelas içadas no vão de 400 m de extensão pesa 255 t, tem 22 m de largura e 7 m de comprimento. Para o içamento, foram utilizados dois guindastes especiais, importados da China e da Inglaterra.
Divulgação: GerdauSegundo o engenheiro Catão Ribeiro, diretor da Enescil, empresa responsável pelo projeto executivo da obra, as aduelas, pré-moldadas, foram içadas por quatro cabos ligados a uma treliça, que suporta 320 t. Após o içamento, as peças foram coladas com resina epóxica. As aduelas foram moldadas em balsas, visando a rapidez da construção. Esse mesmo processo foi utilizado para a construção da ponte Rio-Niterói e da Linha Amarela, no Rio de Janeiro.
No total, a ponte tem 73 vãos, divididos por 72 estacas distantes entre si a cada 45 m. A largura do trecho corrente é de 20,70 m, enquanto a da seção estaiada é de 22,60 m. A altura do vão central é de 55 m, permitindo um gabarito de 55 m durante a época de cheias e de até 70 m na seca.
De acordo com Ribeiro, a grande dificuldade encontrada durante a construção foi a cheia do rio, a maior desde 1957. Além disso, as lâminas d'água de até 50 m, que exigem estacas de quase 100 m e o desconhecimento do solo do rio, fizeram com que a obra atrasasse. Para algumas estacas, foi necessária a utilização de um bloco-casca, sistema em que uma "casca" pré-moldada é inserida no fundo do rio, no local da estaca, e que é concretada após a retirada da água de dentro dela.
Segundo a Camargo Corrêa, a estrutura consumiu 161 mil m³ de concreto, equivalente a 25 prédios de 20 andares ou dois estádios do Maracanã. Só de aço foram utilizadas 14.500 t, divididos entre aço CA-50 (12.300 t), aço CP-190 RB (1.630 t) e aço CP-172 RB (570 t).
Resumo da obra

Comprimento total da ponte: 3,6 km
Número de vãos: 73
Extensão do trecho estaiado: 400 m
Extensão do vão central: 2 x 200 m
Largura do trecho corrente: 20,70 m
Largura da seção estaiada: 22,60 m
Altura do vão central: 55 m
Altura do mastro central: 103 m
Número total de estais: 56
Total de vigas pré-moldadas: 213
Número total de estacas escavada: 246
Volume de concreto por estaca: 2.800 sacos de cimento
Divulgação: Gerdau


quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Desmatamento ilegal



A Amazônia, que antes era um terreno florestal que abrigava inúmeras espécies de animais, aves e índios; transformou-se em uma área destinada à agropecuária, produção de grãos e centro urbano. Estima-se que, se nenhuma providência for tomada, em 40 anos a Amazônia estará totalmente desmatada. 
Muitas pessoas já foram vítimas de grande violência por tentarem defender a terra, os índios Manokis, por exemplo, foram expulsos do seu território e outros 170 povos que ali residiam. Tudo começou em 1970, quando a ditadura militar decidiu ocupar o território para não correr o risco de perdê-la. Milhares de pessoas, de todos os lugares do país, chegavam para trabalhar nas terras, mas a maioria morria ou voltava para a terra natal por falta de recursos. Os que conseguiram permanecer nas terras fizeram queimadas para cultivar seu alimento. 
Havia e ainda há vários fazendeiros e especuladores interessados em apropriar-se de um pedaço de terra da Amazônia e isso, além de desmatar o que formalmente deveria ser preservado, provoca várias mortes, pois a busca incansável por terras os leva a cometer crimes ambientais e contra a vida humana.
Algumas empresas renomadas também participam da destruição da Amazônia, pois ao comprarem matéria-prima ou qualquer tipo de material ilegal contribuem para que essa ação seja continuada e o ambiente altamente prejudicado. Sem falar que a floresta ameniza o aquecimento global, retendo e absorvendo o dióxido de carbono, limpa a atmosfera, traz circulações de águas, entre outros benefícios que estão sendo inibidos por pessoas sem escrúpulos. 
É necessário que medidas rígidas e severas sejam tomadas para o bem da nação e da vida humana, que necessita da Amazônia para amenizar o estrago feito pelo homem. 
Operação pretende coibir desmatamento em estados da Amazônia Legal.

Brasília  – O Ibama deflagrou hoje a Operação Disparada, para combater o desmatamento ilegal, simultaneamente, em cinco regiões da Amazônia Legal, englobando Pará, Mato Grosso e Amazonas. Os alvos da Disparada são frentes de pecuária ilegal, principal vetor do desmatamento na Amazônia, que afeta áreas protegidas, terras públicas, propriedades privadas ou mesmo terras indígenas invadidas. Os fiscais voltarão a propriedades privadas notificadas no início do ano para verificar se os embargos das áreas desmatadas ilegalmente estão sendo acatados e, em caso de descumprimento, apreenderão gado, veículos e equipamentos utilizados pelos infratores. A partir de hoje, todos os proprietários que estiverem criando bois em áreas não autorizadas devem retirar os rebanhos sob pena de apreensão e destinação para o Programa Fome Zero, do Ministério do Desenvolvimento Social. A Operação Disparada visa a combater o desmatamento ilegal na Amazônia e cumprir as metas do Plano de Prevenção e Combate ao Desmatamento da Amazônia (PPCDAM) e do Plano Nacional Sobre Mudança Climática (PNMC), cujo objetivo é reduzir o desmatamento em 80% até 2020. A fiscalização do Ibama conta com o apoio da Procuradoria Federal Especializada atuante no Ibama e da Advocacia Geral da União para contestar eventuais ações que venham a ser impetradas pelos infratores. Segundo o diretor de Proteção Ambiental, Luciano de Meneses Evaristo, a Operação Disparada servirá para demonstrar aos pecuaristas ilegais da Amazônia Legal que não compensa expandir o desmatamento ilegal para criar bois nesta região. O site do Ibama (www.ibama.gov.br) exibe uma página com informações sobre áreas embargadas, que é permanentemente atualizada para consulta do mercado, que, assim, pode evitar a aquisição de bens e produtos oriundos de áreas com desmatamento ilegal. “Aquele ente econômico que adquirir produto de áreas embargadas será co-responsabilizado pela expansão do desmatamento ilegal da Amazônia brasileira”, avisa o diretor. A Operação Disparada não tem prazo para terminar: a duração dependerá da disposição dos infratores de retirar imediatamente seus rebanhos dessas áreas. Por outro lado, as equipes de fiscalização, apoiadas pela equipe aérea do Ibama, acompanharão os polígonos de desmatamento detectados pelo  Deter e pelo satélite Alos, coibindo as iniciativas de abertura de novas frentes de áreas ilegais nas regiões. Além disso, o Centro de Monitoramento Ambiental acompanhará a evolução do desmatamento nas áreas da 
Operação Disparada, o que poderá levar à expansão das ações de 
fiscalização para outros alvos.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Peixe boi da Amazônia


Baixa taxa de reprodução

 De hábitos solitários, raramente são vistos em grupo fora da época de acasalamento.Costa Atlântica Americana, desde a Geórgia até Alagoas.  As duas espécies fluviais vivem, uma, no oeste da África, e a outra, nas bacias dos rios Amazonas e Orinoco. Com corpos robustos e pesados e cauda achatada, larga e disposta de forma horizontal Dentadura reduzida a molares, que se regeneram constantemente.
Alimentam-se de algas, aguapés, mangue, capins aquáticos entre outras plantas. Com isso controlam o crescimento das plantas aquáticas e fertilizam com suas fezes as águas que freqüentam, contribuindo para a produtividade pesqueira. Pode comer até 16 kg de plantas por dia e consegue armazenar até 50 litros de gordura como fonte energética para a época da seca, quando as gramíneas de que se alimenta diminuem de disponibilidade.
As nadadeiras, que ainda apresentam resquícios de unhas, ajudam o animal a escavar e arrancar a vegetação aquática enraizada no fundo. Esta alimentação contém sílica, elemento que desgasta os dentes com rapidez, mas também a isso os manatis estão adaptados: os molares deslocam-se para a frente cerca de 1 mm por mês e se desprendem quando estão completamente desgastados, sendo substituídos por dentes novos situados na parte posterior da mandíbula
Possui baixa taxa de reprodução: a fêmea tem geralmente um filhote a cada três anos, sendo um ano de gestação e dois anos de amamentação. Nasce apenas um filhote por vez.
Ameaçados de extinção no Brasil, são protegidos desde 1990 pelo Centro Nacional de Conservação e Manejo de Sirênios.
TEMPO DE VIDA: Cerca de 50 anos

PROJETO IARAS  

Conservação do Peixe-Boi-Amazônico no Baixo Rio Negro

Espécie

Peixe-Boi da Amazônia (Trichechus inunguis)
O peixe-boi da Amazônia (Família Trichechidae, Ordem Sirenia) só ocorre nos rios das Bacias do Amazonas e Orinoco. É o maior mamífero de água doce do Brasil, pode alcançar até 3 metros de comprimento e pesar cerca de 500 quilos. Sua coloração varia de cinza-escuro a negro, sendo que muitos animais têm partes do abdome brancas ou rosadas. É um animal herbívoro, alimenta-se de plantas aquáticas e semi-aquáticas. Cada fêmea de peixe-boi tem apenas um filhote por gestação, que pode mamar por até dois anos.
Os peixes-bois são importantes porque fertilizam a água dos rios com os nutrientes encontrados em sua urina e fezes. Esses nutrientes são liberados para o fitoplâncton, que é a base da cadeia alimentar aquática. Além disso, contribuem para o controle biológico de plantas aquáticas.
Apesar de seu importante papel ecológico, o peixe-boi da Amazônia está vulnerável à extinção, segundo as listas da IUCN (União Internacional para Conservação da Natureza) e do IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis). A espécie também está listada no Apêndice I da CITES (Convenção sobre Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas da Fauna e Flora), que inclui as espécies ameaçadas de extinção pelo comércio ilegal. Além da perda de habitat, a maior ameaça ao peixe-boi da Amazônia é a caça para obtenção de couro, gordura e, principalmente, carne.

Descrição

O Projeto de Conservação do Peixe-boi da Amazônia teve início em 2003, no Parque Nacional de Anavilhanas. Desde então a equipe de pesquisadores do IPÊ promove a conservação da espécie na região do baixo Rio Negro, por meio da realização de estudos com animais de vida livre, de projetos de reintrodução e de atividades que promovam o envolvimento comunitário em prol da conservação da natureza.
A região do baixo Rio Negro, onde fica o Parque Nacional de Anavilhanas, é composta por um mosaico de Unidades de Conservação (UCs), uma das maiores áreas contínuas de proteção ambiental do mundo. Esta área também está localizada na Reserva da Biosfera do Corredor Central da Amazônia, reconhecida como um sítio do patrimônio natural mundial pela Unesco. A Floresta Amazônica nesta região apresenta alta biodiversidade e um ecossistema extremamente delicado, devido suas águas ácidas e oligotróficas (pobre em nutrientes minerais). Por sua alta biodiversidade, essa região está classificada como de extrema importância para conservação, segundo o Ministério do Meio Ambiente. Apesar da importância de conservação do baixo Rio Negro, a degradação da região vem aumentando principalmente pela extração ilegal de madeira, a caça ilegal e predatória e pela pressão do crescimento da cidade de Manaus.
Apesar da ameaça em decorrência de ações humanas, o peixe-boi da Amazônia é pouco estudado, e as características básicas de sua biologia e ecologia ainda são pouco conhecidas, particularmente na região do Rio Negro. A maior parte das informações científicas provém da região do Rio Solimões e de animais criados em cativeiro.
Desta forma, expandir nosso conhecimento a respeito do peixe-boi é essencial para promoção da conservação da espécie. Assim como promover o envolvimento e a sensibilização da população a respeito da importância de conservação da espécie e da região, é de máxima importância.

Objetivos

O principal objetivo do Projeto de Conservação do Peixe-boi da Amazônia é promover a conservação da região do baixo Rio Negro por meio do incremento no conhecimento científico do peixe-boi-amazônico e do envolvimento da população local com a conservação da espécie e da região
A pesquisa consiste em integrar o conhecimento tradicional a respeito do peixe-boi-amazônico com a pesquisa científica; definir uma metodologia não invasiva usando sonares para obter informações ecológicas da espécie; determinar e monitorar uso de habitat e da paisagem pele peixe-boi-amazônico; verificar as principais ameaças à espécie na região e desenvolver atividades de sensibilização ambiental com as comunidades locais.
Com este trabalho será possível aumentar o conhecimento científico sobre o peixe-boi amazônico e desenvolver a cooperação da população e dos tomadores de decisões locais para a conservação da biodiversidade. Assim, pretende-se usar o peixe-boi como uma espécie-bandeira para fortalecer a conservação da região.