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quarta-feira, 4 de junho de 2014

Um pouco da Floresta

Floresta Amazônica

Em amarelo a área ocupada pela floresta amazônica: 5,5 milhões de quilômetros quadrados em nove países

Localização – sua extensão total é de 5,5 milhões de quilômetros quadrados, ocupando a área drenada pelo Rio Amazonas, na porção equatorial da América do Sul, com cerca de 60% de sua superfície situada em território brasileiro e outros 40% distribuídos entre Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Guiana Francesa, Peru, Suriname e Venezuela.


Geografia amazônica








Clima – predomina o equatorial úmido, com temperaturas médias anuais na casa dos 24ºC e precipitação em torno de 2.500mm ao ano (considerada alta, quando comparada à de outras regiões do globo), o que favorece o desenvolvimento de uma rica e diversificada vegetação. A hidrografia local, com rios de grande porte, como o Amazonas, também é importante no fornecimento de umidade para as terras mais baixas, onde está localizada a porção alagadiça da floresta.
Características – existe forte relação entre elementos naturais formadores da floresta, como o clima, o solo, a fauna e a flora, sendo que nenhum deles pode ser considerado de maior relevância para a sua formação. A Floresta Amazônica é dividida em faixas, de acordo com suas características de presença de umidade. As regiões de maior altitude são conhecidas como florestas de terra firme, que apresentam as árvores de maior porte. Igapó é o nome dado ao trecho inundado da floresta, nas porções de menor altitude, bem próximas à margem dos grandes rios que compõem a região. As árvores dessas porções são capazes de ficar por um longo período com grande parte de seus troncos submersos e mostram adaptações muito interessantes, como sementes capazes de flutuar, o que facilita a disseminação de suas espécies. As matas de várzea estão sujeitas a inundações periódicas.
Outra importante característica dessa formação florestal é a grande variedade cultural de povos vivendo da sua exploração. Até mesmo indígenas relativamente isolados ainda são encontrados na floresta.
Fauna – ainda muito deve ser estudado do ecossistema amazônico para se conhecer em detalhes a riqueza de sua fauna. Para se ter uma ideia, calcula-se que em torno de 70% das espécies de artrópodos da região não possui sequer um nome. Com relação à fauna aquática, a Floresta Amazônica contém a maior diversidade de peixes das bacias hidrográficas do mundo, estimando-se um número de 1.300 espécies habitando toda a bacia do Rio Amazonas.


Floresta Amazônica: fauna diversificada

Com relação a anfíbios, apenas na Amazônia brasileira, a despeito dos poucos recursos investidos em pesquisas, já existem 163 registros de espécies diferentes, o que corresponde a quase 4% do total das 4 mil que se acredita existirem em âmbito global.
As aves representam o grupo mais bem estudado da Amazônia e totalizam mais de mil espécies, sendo os mutuns, inhambus, araras, papagaios, periquitos e tucanos os mais representativos.


As aves representam o grupo mais bem estudado da Amazônia

Os mamíferos também são abundantes na Amazônia. Atualmente, estão registradas 311 espécies, porém representadas por animais de pequeno porte, como os roedores. Vale a pena destacar que, nos últimos anos, novas espécies de primatas vêm sendo descobertas e que felinos de grande porte, como a onça pintada, são comuns em suas matas.


Estão registradas 311 espécies de mamíferos na Amazônia

Situação atual – a boa notícia é que, entre 2009 e 2010, a Floresta Amazônica apresentou o seu menor índice de desmatamento desde 1988, quando o monitoramento começou a ser feito. Mas, mesmo assim, a área devastada durante esse período é equivalente à do Distrito Federal, menor unidade da Federação. Esse levantamento, feito por meio do acompanhamento de imagens tomadas a partir de satélites artificiais em órbita do Planeta, é um importante avanço no sentido de descobrir os principais focos de desmatamento e acionar a fiscalização como forma de coibir esse tipo de ação feita de forma ilegal.
O pico do desmatamento ocorreu no ano de 1995, quando aproximadamente 30 mil quilômetros quadrados de Floresta Amazônica foram devastados, seguido dos anos de 2003 e 2004, com 25 mil e 27 mil quilômetros quadrados de mata abatida, respectivamente. A soma da área devastada durante esses três anos equivale ao território da Áustria.

terça-feira, 3 de junho de 2014

Peixe elétrico da Amazônia inspira criação de robôs subaquáticos




Cientistas de uma universidade americana criaram um robô subaquático a partir da análise de características de um peixe elétrico da Bacia Amazônica.
O ituí-cavalo (Apteronotus albifrons) é um peixe de hábitos noturnos que vive na região amazônica. Ele é cego, mas consegue emitir uma leve corrente elétrica na água para determinar como é o ambiente onde está.
Estes peixes possuem receptores distribuídos pelo corpo, que permitem "sentir" o ambiente a partir da corrente elétrica emitida.
Os pesquisadores da Universidade Northwestern acreditam que essas características podem ajudar no desenvolvimento de uma nova geração de robôs autônomos que operam debaixo d’água.
A partir do ituí-cavalo, os pesquisadores criaram robôs que conseguiram se mover em meio a destroços e na escuridão total. Eles seriam úteis em casos de navios naufragados ou em vazamentos de petróleo, por exemplo.
"Hoje não temos robôs subaquáticos que funcionem bem em meio a obstruções ou em condições onde a visão não é muito útil", disse Malcolm MacIver, um dos líderes da pesquisa.


Robô pode ser útil em caso de vazamentos de petróleo e navios naufragados

"Pense em um navio de cruzeiro afundado. É muito perigoso mandar mergulhadores para estas situações, onde a água pode ser muito turva."
MacIver mostrou o resultado de sua pesquisa na reunião anual da Associação Americana para o Progresso da Ciência (AAAS, na sigla em inglês), em Chicago.
Campo elétrico
Malcolm MacIver estuda o ituí-cavalo há anos, decifrando seus sistemas sensorial e de movimento. Para o pesquisador, é possível aprender com estes peixes.
"Eles não usam a visão para caçar durante a noite nos rios da bacia do Amazonas, e seus movimentos em meio a raízes amontoadas e florestas inundadas tem que ter uma precisão incrível", disse.
Estes peixes geram um campo elétrico a partir de neurônios modificados em sua medula espinhal. Quando a caça, como insetos aquáticos, entram neste campo, o peixe consegue medir a minúscula mudança na voltagem graças aos receptores na superfície de sua pele.


Sensores foram espalhados no robô, de maneira semelhante ao corpo do ituí-cavalo
"O peixe desenvolveu um sistema incrível. Imagine como seria se sua retina fosse esticada, cobrindo todo seu corpo. Está é a situação do ituí-cavalo", disse MacIver.
"Eles detectam em todas as direções. Eles emitem um tipo de radar, mas é um campo elétrico; e os receptores sensoriais espalhados por toda a superfície do corpo significam que eles conseguem detectar coisas vindo de todas as direções."
Com base nestes estudos do peixe amazônico, o cientista desenvolveu um robô que, dentro do tanque no laboratório, reage ao que está em volta e se move de acordo com a informação que recebe dos obstáculos que encontra no tanque.


Propulsão
Além de reproduzir a forma com que o peixe reage aos obstáculos, MacIver também quer copiar a técnica de propulsão do ituí-cavalo.
Pesquisadores tentam fazer com que robô se movimente como o peixe brasileiro
O peixe se move enviando ondas através da longa nadadeira na barriga.
Ao ondular a nadadeira de um jeito, o peixe se move para frente. Ao movê-la de outro jeito, ele se move na direção contrária e mudando mais uma vez estas ondas e o animal consegue se mover para cima.
"De todas as nossas simulações, agora temos relações matemáticas entre coisas como frequência e amplitude da onda e o quanto de propulsão você consegue", disse.
"Então agora podemos transformar isto em tecnologia e fazer funcionar", acrescentou.
No momento, o laboratório da Universidade Northwestern conseguiu criar uma plataforma robótica que reproduz a capacidade sensorial do peixe e outra que consegue imitar a capacidade de locomoção.
O objetivo agora é juntar estas duas capacidades em um único dispositivo.